Cidades brasileiras FAZEM ATOS EM APOIO A JAIR BOLSONARO

Cidades brasileiras FAZEM ATOS EM APOIO A JAIR BOLSONARO

Crédito: AFP

Manifestantes em protesto contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no RJ (Crédito: AFP)

Estadão Conteúdo

Dezenas de cidades recebem neste sábado, 29, atos contrários ao candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro. A campanha #EleNão foi criada dentro de um grupo no Facebook que reúne 3,8 milhões de mulheres.

No Brasil, há pelo menos 60 atos agendados em cidades como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Porto Alegre, Vitória, Florianópolis, Belo Horizonte, Salvador, Natal, João Pessoa, Recife, Fortaleza, Aracaju, Palmas, Campo Grande, Manaus, Belém e Cuiabá.

Em São Paulo, a concentração de manifestantes começou em torno do Largo da Batata no início da tarde. As organizadoras do ato só permitiram discursos de mulheres nos carros de som. A presidenciável da Rede, Marina Silva, participou do evento. Além dela, Manuela d’Ávila, vice na chapa de Haddad, e Katia Abreu, vice de Ciro Gomes (PDT). Sonia Guajajara, vice na chapa de Guilherme Boulos (PSOL), também foi ao evento. A senadora Ana Amélia (PP), vice de Geraldo Alckmin (PSDB), não foi ao ato.

A organização disse ao Estado que havia pelo menos 150 mil participantes. A Polícia Militar não divulgou o número de manifestantes. Apoiadores de Bolsonaro, por sua vez, se reuniram em frente ao estádio do Pacaembu.

Manifestantes protestam contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL) em São Paulo. Crédito: AFP

No Rio, milhares de pessoas se concentram na Cinelândia, região central da cidade. Ao redor do mundo, protestos ocorreram em cidades da Argentina, Chile, Espanha, França, Portugal, Alemanha, Itália, França e Suíça. As lideranças do movimento afirmam que a campanha é para alertar a população sobre as ideias de Bolsonaro, consideradas pelos participantes como “fascistas e machistas”.

Manifestantes protestam contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL) no RJ. Crédito: AFP

Em Minas, as manifestações ocorreram na Praça da Sete, ponto central de Belo Horizonte. Com direito a trio elétrico, o clima do protesto foi de carnaval. As canções tinham palavras de ordem contra o presidenciavel. “Nem fraquejada, nem do lar, a mulherada tá na rua pra lutar”, dizia uma das músicas. Os gritos de “ele não” também eram entoados com frequência.

Mesmo com a organização feita por mulheres – desde a segurança até instrumentistas – muitos homens marcaram presença no protesto. Bandeiras e adesivos de outros candidatos e políticos foram vistos na manifestação. Eleitores de Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) se misturavam com apoiadores do ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.

Na capital baiana, o clima era uma mistura de carnaval e de protesto, em especial as mulheres. Manifestantes tomaram as ruas do centro e da orla de Salvador para se manifestar contra o candidato. O relógio marcava 14h30 quando a cantora Daniela Mercury surgiu no largo do Campo Grande, início do principal circuito da folia momesca soteropolitana, em cima de um trio elétrico, entoando sucessos da sua carreira e canções de blocos afro em homenagem à população negra.

Ao lado da esposa, a jornalista e empresária Malu Verçosa, a estrela da axé music fez discurso contra o presidenciável, embalando coro de “ele não” da multidão. “Queremos qualquer candidato que nos respeite, mas ele não”, bradou Mercury. “Nos respeite. Essa cidade é dos pretos, das mulheres, dos gays, pela democracia e pelo amor”. Até o Farol da Barra, um dos principais pontos turísticos da capital baiana, onde a manifestação se dispersou, a cantora Maria Gadu também cantou de cima do trio elétrico.

As manifestações em Porto Alegre se concentraram na região central da cidade. O local é um tradicional ponto de manifestações políticas e fica em frente ao Colégio Militar de Porto Alegre. No Rio Grande do Sul, Bolsonaro tem 33% das intenções de voto, segundo o Ibope.

De um trio elétrico, a organização, formada por mulheres, entoava gritos e cânticos contra o candidato. “Ele não”, “ele nunca” e “coiso” foram as expressões mais usadas pelos manifestantes durante o ato. Além das mulheres, que eram a maioria do público, homens, idosos e crianças participaram.

Em Brasília, manifestantes se concentram nas proximidades da Rodoviária do Plano Piloto para seguir em caminhada até a TV de Torre, na área central da capital. O grupo chegou ao local por volta de 14h. Mais pessoas chegam a todo momento e ampliam o número de manifestantes. Não há estimativas de dados oficiais.

O protesto segue tranquilo. Três faixas das seis vias do Eixo Monumental estão fechadas para o trânsito de veículos – duas para a manifestação e uma para o controle da polícia. e está ganhando as ruas de várias cidades do Brasil e também de outros países como Alemanha, França, Suíça, Itália e Portugal.

Em Curitiba, o ato começou por volta de 16h, com grande concentração na Boca Maldita, tradicional local de manifestações políticas no centro da cidade. O público, majoritariamente feminino, preencheu ao menos quatro quadras do calçadão da Rua XV de Novembro. Com cartazes e gritando “ele não”, os manifestantes fazem uma caminhada até o prédio histórico na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

A cozinheira Carolina Almeida foi até a manifestação em Curitiba acompanhada do marido. “É um movimento justo e válido, a gente tem que se levantar, sim, não pode deixar alguém opressor dizer que a gente não é tão digno quanto ele”, declarou.

Há, entres os manifestantes, candidatos fazendo campanha. Um grupo do MST, que faz acampamento em frente à sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está preso, também integra o movimento.  Segundo a Polícia Militar, o ato teve cinco mil pessoas.

Em pelo menos 14 cidades do interior de São Paulo, manifestantes se mobilizaram contra o candidato, enquanto outras seis tiveram atos favoráveis ao candidato do PSL. Em Ourinhos, uma faixa dizia “PT+Centrão=#Elenão”. Não foram registrados incidentes.

Campinas reuniu o maior número de manifestantes contra Bolsonaro – de 10 mil a 12 mil pessoas, segundo os organizadores. A Polícia Militar não estimou o público, mas a empresa municipal de trânsito calculou cerca de 2 mil pessoas no local. Em São José dos Campos, a manifestação contra o candidato do PSL reuniu, além de mulheres, muitos homens. Os manifestantes saíram em passeata – 2 mil pessoas segundo os organizadores, sem estimativa de público pela PM.

Em Piracicaba, mulheres e homens fizeram uma caminhada até a região central. A organização falou em 2 mil pessoas, mas a PM não confirmou. Manifestações com centenas de pessoas aconteceram também em Bauru, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Marília, Pindamonhangaba, Limeira e Rio Claro, mas não houve estimativa oficial de participantes. Atos contra Bolsonaro aconteceram também em Araras, São Roque, São Carlos e, o menor deles, em Apiaí, com 18 mulheres.

Além de Ourinhos, houve manifestações a favor de Bolsonaro em Presidente Prudente, Santa Bárbara e Amparo. Em São José do Rio Preto, uma carreata com 800 veículos, segundo os organizadores, percorreu as ruas da cidade. O órgão de trânsito não contabilizou o número. Em Boituva, cerca de 1,5 mil pessoas, segundo os organizadores, se reuniram na praça central, depois de uma carreata pelas ruas. A PM e a Guarda Municipal não estimaram o público.

Em diversas cidades houve também atos favoráveis aos candidatos. No Rio, esse ato até interrompeu parte de uma das vias da Avenida Atlântica, em Copacabana. O público apoiador do candidato é formado tanto por mulheres quanto por homens e se espalha por um trecho de cerca de 100 metros. Com uma imagem de Bolsonaro de papelão em tamanho real em cima do carro de som, o ato começou às 14h20 com o Hino Nacional e um Pai Nosso.

“Somos um movimento de paz e harmonia”, afirmou do microfone uma das líderes do movimento. “Aqui tem mãe solteira, tem mãe com dificuldade para pagar suas contas, que se vira nos trinta”, declarou a ex-ativista do grupo feminista Femen Sara Winter. Candidata a deputada federal pelo DEM, pouco antes ela posou para foto segurando um “fuzil” de papelão.

Diversas pessoas se revezavam nos discursos. O enfoque variava das críticas ao PT, de “defesa à vida”, com críticas contundentes aos que defendem a legalização do aborto, e ironias contra veículos de imprensa que têm divulgado denúncias contra Jair Bolsonaro.

Manifestantes protestam a favor do candidato Jair Bolsonaro (PSL) no RJ. Crédito: AFP
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