Dodge denuncia Temer no inquérito sobre desvios no setor de portos

Dodge denuncia Temer no inquérito sobre desvios no setor de portos

Também foram denunciados o Coronel Lima e Rocha Loures

Reynaldo Turollo Jr.
BRASÍLIA

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou nesta quarta (19) o presidente Michel Temer (MDB) e outros cinco investigados por corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro no inquérito que apurava um esquema criminoso envolvendo o setor de portos.

Dodge requer que, a partir de janeiro, quando Temer deixar o Planalto, a denúncia passe a tramitar perante a 10ª Vara Federal no Distrito Federal, pois, sem mandato, ele deverá perder a prerrogativa de foro perante o Supremo.

Se a denúncia for recebida pela Justiça, o emedebista se torna réu. Ele já é alvo de outras duas denúncias, feitas no ano passado pelo então procurador-geral, Rodrigo Janot, sob acusação de corrupção e de integrar organização criminosa.

A investigação foi aberta no ano passado para investigar um decreto editado por Temer. Segundo a denúncia, empresas como a Rodrimar, que opera no porto de Santos, conhecida área de influência do MDB, foram beneficiadas pelo decreto.

Os investigadores apontaram a Rodrimar como uma das empresas que pagaram propina a Temerpor meio das empresas Argeplan, Eliland do Brasil, PDA Administração e Participação LTDA e PDA Projeto e Direção Arquitetônica, ligadas ao coronel João Baptista Lima Filho, aposentado da Polícia Militar paulista e amigo do presidente.

Foram denunciados os responsáveis pela Rodrimar e pela Argeplan, Antônio Celso Grecco e o coronel Lima, além de o ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR), o executivo Ricardo Mesquita e Carlos Alberto da Costa, sócio do coronel. A acusação aponta movimentação indevida de R$ 32,6 milhões.

Em nota, o Planalto informa que “o presidente Michel Temer provará, nos autos judiciais, que não houve nenhuma irregularidade no decreto dos Portos, nem benefício ilícito a nenhuma empresa”.

A defesa da Rodrimar se disse surpresa com a notícia, “já que o próprio delegado já havia reconhecido que a Rodrimar não foi beneficiada pelo decreto dos portos”.

Por meio de assessoria, a Rodrimar afirmou ainda que os executivos indiciados encontram-se afastados da empresa desde o início do ano, “de maneira a permitir a máxima isenção e transparência durante o período em que os processos em questão estiverem tramitando na Justiça”. “Vale acrescentar ainda que a companhia continua pautando a sua gestão dentro dos mais elevados padrões de governança corporativa”, prossegue a nota.

Presidente Temer durante evento em São Paulo – Rahel Patrasso-6.dez.18/Xinhua
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