Eduardo Siqueira Campos / Do fogo, da água e dos homens: Enquadramento Ambiental

Eduardo Siqueira Campos / Do fogo, da água e dos homens: Enquadramento Ambiental

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Bastaram as quedas das primeiras chuvas para que as manchetes e as pautas na imprensa mudassem rapidamente o foco, passando a tratar dos danos causados pelas trombas d’água. É um ciclo tão antigo e conhecido como a própria luta pela criação do Tocantins.

Agora que chegaram as águas, que tal falarmos em enquadramento ambiental? Isto mesmo, a criação de um grupo permanente, responsável por elencar ações e reunir a sociedade civil e instâncias de poder na preparação para a anunciada tragédia: as queimadas

EDUARDO SIQUEIRA CAMPOSÉ deputado estadual licenciado

Uma das fases que dividiram eras na vida do homem foi a conquista do fogo. As tribos que detinham o conhecimento lideravam a ocupação de áreas ideais para a caça e também para a sobrevivência dos seus integrantes.

Milhares de anos se passaram, e, depois de tantos avanços tecnológicos, parece que o homem ainda não aprendeu a lidar nem com o fogo, e, menos ainda, com a água.

Temos um exemplo edificante após o advento da formação do lago resultante da UHE Lajeado, quando uma extraordinária ação se deu com a criação do Fórum do Lago. Durante anos, os atores públicos, privados, científicos, estudantis e ambientais se debruçaram sobre o tema, em busca das mais diversas soluções de preservação e de uso múltiplo das águas e para as demais tratativas de proteção desse extraordinário bem, o Lago de Palmas.

Como pudemos perceber, o poder público estadual comemorou, de forma efusiva, o enquadramento fiscal do estado, ou seja, o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, louvável ação, que jamais deveria ter sido deixada de lado.

Agora que chegaram as águas, que tal falarmos em enquadramento ambiental? Isto mesmo, a criação de um grupo permanente, responsável por elencar ações e reunir a sociedade civil e instâncias de poder na preparação para a anunciada tragédia: as queimadas, que virão logo após o fim do ciclo das chuvas e das águas. Mecanismos e recursos não faltam! Não? Como assim? Explico: temos sempre a ajuda emergencial do governo federal; por que não tê-la preventivamente?

Temos as tradicionais emendas parlamentares para cavalgadas, festas e outras iniciativas. Por que não termos uma ação pensada como no caso do Hospital do Amor? Este é um exemplo de iniciativa que deu certo.

Por que não utilizarmos as emendas individuais das bancadas federal e estadual? Por que não propormos as emendas de bancada federal, com objetivos de caráter regional anualmente? Por que não formar um comitê permanente de estudos, prevenção, ações e iniciativas para algo tão previsível? A hora é agora!

Podemos dividir o Estado em regiões nas quais as ocorrências sejam mais relevantes. Juntar prefeitos, vereadores, associações comerciais, federações, associações de bairros e até igrejas!

A criação desse comitê de combate às queimadas me parece coisa para já; é medida imprescindível e mais do que necessária. Se gastamos um mundo em publicidade em meio à crise, por que não aplicarmos agora, enquanto se apagam as últimas cinzas?

Vamos descruzar os braços e pensar nesse enquadramento ambiental. Ele vai colaborar bem mais do que apenas para a saúde financeira do estado, mas para nossa população, biomas, fauna, flora, contribuindo para a saúde de todos os tocantinenses.

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