Jornalista Ricardo Boechat morre em queda de helicóptero em SP
Aeronave se chocou com caminhão em alça de acesso à rodovia e pegou fogo
O jornalista Ricardo Boechat, 66, morreu após a queda de um helicóptero em São Paulo nesta segunda-feira (11).
A informação foi confirmada pela Folha. Mais cedo, o Corpo de Bombeiros informou que duas pessoas tinham morrido após um helicóptero cair sobre um caminhão em trecho do Rodoanel que dá acesso à rodovia Anhanguera, na zona oeste de São Paulo.
Eles seriam o piloto e o copiloto da aeronave, segundo as informações preliminares da corporação. A confirmação de que o jornalista era um dos ocupantes veio mais tarde. O helicóptero era um modelo de 1975 utilizado como táxi aéreo.
O jornalista trabalhava atualmente no Grupo Bandeirantes de Comunicação, apresentando dois programas diários, A Notícia com Ricardo Boechat, um matinal na rádio BandNews FM, e o Jornal da Band à noite, na TV Bandeirantes. Ele tinha também uma coluna na revista semanal Istoé.
Na manhã desta segunda, Boechat falou em seu programa matinal no rádio sobre a sucessão de tragédias no país, como Brumadinho, e no ninho do Urubu, no Rio de Janeiro.
O jornalista estava em Campinas palestrando a convite de uma empresa farmacêutica, Libbs, que fretou a aeronave. O evento, no Royal Campinas, ainda teria um show da dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó, que foi cancelado após a confirmação do acidente.
Ricardo Boechat era filho do diplomata Ricardo Eugênio Boechat e nasceu no dia 13 de julho de 1952, em Buenos Aires. Na época, o pai estava a serviço do Ministério das Relações Exteriores na Argentina. O jornalista já teve passagem pelo O Globo, O Estado de S.Paulo, Jornal do Brasil e O Dia.
Na década de 1990 chegou a ter uma coluna diária no Bom Dia Brasil, jornal matutino da TV Globo.
Boechat é ganhador de três prêmios Esso de jornalismo. É também o maior ganhador do Prêmio Comunique-se.
O ACIDENTE
Um caminhão foi atingido pela aeronave na queda, e o motorista foi socorrido. Ele teve ferimentos leves, segundo a Polícia Militar.
O acidente ocorreu na altura do quilômetro 7 do Rodoanel, sentido Castelo Branco, próximo a um pedágio. Em entrevista dada a jornalistas no local do acidente, o capitão Augusto Paiva, da PM, disse que, testemunhas relataram que o helicóptero tentou fazer um pouso de emergência em uma alça de acesso do Rodoanel à Anhanguera, local das vias com menos fluxo de veículos. Não se sabe ainda qual o problema que a aeronave apresentou.
Na descida, ele se chocou com um caminhão que tinha acabado de sair do pedágio, na faixa do Sem Parar, pedágio expresso. Foi essa colisão que gerou o fogo na aeronave.
Por volta do meio-dia os policiais e bombeiros foram informados de um acidente de aeronave com focos de fogo. O Corpo de Bombeiros atendeu a ocorrência com um helicóptero e 11 viaturas.
Foram feitas interdições parciais nas pistas do Rodoanel sentido Perus e da Anhanguera sentido Jundiaí. A concessionária CCR Rodoanel, que administra o trecho oeste do Rodoanel, informa que os motoristas têm como opção acessar a Anhanguera sentido São Paulo e pegar um retorno no quilômetro 18 para seguir sentido Jundiaí.
REPERCUSSÃO
Pelas redes sociais, jornalistas, políticos e celebridades lamentaram a morte de Boechat.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) divulgou nota de pesar em que diz que o jornalista era “um profissional reconhecido pelo trabalho e senso crítico aguçado revelado nos principais meios de comunicação do país”.
Também se manifestaram governadores como João Doria (PSDB), de SP, Wilson Witzel (PSC), do Rio, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais.