Juiz tira sigilo e ação mostra que denúncia da Via Avaritia vazou para o governo um mês antes

21/11/2019 Juiz tira sigilo e ação mostra que denúncia da Via Avaritia vazou para o governo um mês antes

Juiz tira sigilo e ação mostra que
denúncia da Via Avaritia vazou para o
governo um mês antes
Pedido de fim de sigilo é do promotor André Varanda; documentos mostram que alvos souberam de
apuração em maio, mesmo mês que o titular da SSP teve acesso ao relatório da inteligência com
informações do caso, que só viraria inquérito no mês de julho; veja os prints
21/11/2019 – 17:32
Documentos de inquéritos e representações por busca e apreensão contra alvos da Operação Via
Avaritia, da Polícia Civil, liberados após um pedido do promotor de Justiça André Varanda – para
que não tramitassem mais sob segredo de Justiça-, mostram o engenheiro civil da Agência de
Transportes e Obras (Ageto) Adelmo Vendramini Campos alertando dia 6 de maio, via whatsapp, ao
Superintendente de Operações e Conservação, Geraldo Pereira da Silva, que ele e sua empresa
Proplan Construtora eram alvos de investigação da Polícia Civil.
Alvos alertados em maio
Print do diálogo entre Geraldo Silva e Adelmo
Vendramini mostra conhecimento da denúncia em maio,
meses antes da abertura de inquérito (Foto: Reprodução)
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O alerta dos alvos ocorre um mês antes do procedimento inicial da Polícia Civil e quase dois meses
antes do inquérito do caso ser aberto, após denúncia anônima deixada na 1ª Delegacia da Capital no
começo de junho. Somente no dia 17 de julho de 2019 o delegado Gregory Almeida Alves do
Monte instaruraria o inquérito, por portaria.
Nas conversas encaminhadas por Adelmo para Geraldo, indicando ter partido de outro interlocutor,
afirma que se trata de uma “denúncia” que está “no nascedouro”. Segundo o relatório, na mensagem
encaminhada a Geraldo, Adelmo pergunta ao indivíduo se “tem jeito de arrumar??”
Relatório de inteligência da SSP é de maio
Por coincidência, certa de uma semana após a data em que os alvos trocam mensagens sobre a
investigação ainda “no nascedouro” a inteligência da Secretaria da Segurança Pública (SSP)
produziu o Relatório de Inteligência (Relint) de Nº 063/2019 – SEAE/DIE, de 50 páginas com
informações e descrição das condutas da Proplan Construtora na Agência de Transportes e Obras
(Ageto).
O documento contém vasto trabalho e diligência de campo, com fotos da empresa em Paraíso, casa
dos alvos em Palmas e data de fechamento final no dia 15 de maio, de 2019.
Que fim teve o Relint
Os documentos liberados pelo juiz da 3ª Vara Criminal Rafael Gonçalves de Paula revelam que a
investigação sobre o caso, porém, só teve início dia 11 de junho, pela VPI (Verificação Preliminar
de Informações número 51253/2019), após denúncia anônima encaminhada à 1ª Delegacia da
Capital, demonstram que os fatos apurados no Relint Nº 063/2019 – SEAE/DIE, de 15 de maio de
2019, contendo a marca d’água “GABSECRETARIO” não tiveram encaminhamento imediato para
a delegacia competente abrir a investigação.
Caso uma investigação por órgão competente para investigar o secretário seja aberta sobre esses
episódios e se comprove omissão, poderá imputar possível prevaricação ao titular da SSP.
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Apuração começa depois
A investigação oficial, porém, só começaria no final do mês seguinte e, ainda na forma de
Verificação Preliminar de Informações (VPI) teve remessa para a Divisão Especializada de
Repressão à Corrupção (Decor) no dia 9 de julho de 2019. A portaria de abertura do inquérito é
datada do dia 17 de julho de 2019, assinada pelo delegado Gergoy Almeida Alves do Monte.
Suspeita de destruição de provas
Durante a VPI, uma vigilância policial no dia 18 de junho, em frente à sede da Proplan Construtora,
em Palmas, o superintendente Geraldo Silva descartou documentos dentro de um envelope
amassado e recuperado pela Polícia. O envelope continham extratos bancários com diversas
transferências de conta da Brasil Pavimentação para a Proplan Construtora.
Após a busca e apreensão e prisões realizadas ainda na investigação da primeira fase da operação,
para apurar corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e associação ou organização
criminosa para fraudes no contrato de manutenção de prédios públicos da Secretaria de
Infraestrutura com a empresa Prime, os investigadores tiveram acesso a uma mensagem de uma
funcionária da empresa, de abril, em que ela informa ao superintendente que estaria apagando o
conteúdo de seu aparelho celular e pergunta a Geraldo Silva se ele “acha melhor limpar o escritório
pela madrugada”.
Abertura de procedimento de verificação, em junho
(Foto: Reprodução)
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Repasses durante as eleições
A investigação aponta que uma conta da Brasil Pavimentação repassou para conta da Proplan
Construtora, que tem como representante legal filha de Geraldo, Maria Fernanda Cunha Silva, mais
de R$ 300 mil apenas entre agosto e outubro de 2018, quando o Tocantins viva a disputa eleitoral de
2018.
Outro lado
A coluna acionou a SSP e a Secom pedindo informações sobre o encaminhamento dado ao
Relatório da inteligência, além de outras explicações que a pasta considerar pertinentes

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