Relógio do Apocalipse está a dois minutos do fim do mundo

Relógio do Apocalipse está a dois minutos do fim do mundo

25/01/2019 – 11H12/ ATUALIZADO 11H12 / POR REDAÇÃO GALILEU

Boletim de ameaças nucleares considera o momento atual muito perigoso (Foto: Public Domain Pictures)

OBoletim dos Cientistas Atômicos, que desde a década de 1940 monitora as ameaças nucleares do planeta, classificou que o aumento das tensões entre as potências nucleares e e falta de ações contra as mudanças climáticas é o “novo anormal”. Além disso, o grupo se preocupa com o agravamento da cibersegurança e ciberguerra.

Com isso, o “relógio do fim do mundo” marca 23:58, faltando apenas dois minutos para a meia-noite, horário que representa o apocalipse nuclear.

Segundo Rachel Bronson, presidente e diretora executiva da organização, esta é a terceira vez na história que o relógio está tão próximo de uma catástrofe global. A primeira situação ocorreu em 1953, no auge da Guerra Fria, quando a União Soviética e os Estados Unidos testavam suas bombas termonucleares. E em 2018, o grupo ajustou o ponteiro após a notícia dos testes nucleares da Coreia do Norte.

“O fato de o relógio não ter mudado é uma má notícia”, afirmou Robert Rosner, astrofísico da Universidade de Chicago e presidente do Conselho de Ciência e Segurança do Boletim. “Onde estamos é muito perto do desastre.”

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Para Herb Lin, pesquisador de segurança e políticas na Universidade Stanford e membro do Boletim, os ataques cibernéticos do ano passado, destinados a corromper o fluxo de informações, polarizaram as populações e minaram a confiança na ciência. “Essas práticas atacam a própria ideia de discurso racional”, disse. “É o uso mais traiçoeiro de ferramentas cibernéticas para explorar as fraquezas da cognição e do pensamento humano.”

O Boletim também observou que a Rússia, a China e os Estados Unidos pararam de conversar entre si sobre questões de armas. E os planos do governo norte-americano de construir seu arsenal de armas nucleares poderiam levar a outra corrida armamentista, segundo Sharon Squassoni, pesquisadora de segurança e política da Universidade George Washington, e integrante do Boletim.

Esforços para combater as mudanças climáticas também pioraram no ano passado. As nações não estão reduzindo suas emissões de gases de efeito estufa com a rapidez necessária para atingir as metas do Acordo Climático de Paris. Inclusive, os Estados Unidos e alguns países da Europa aumentaram as emissões em relação aos anos anteriores.

“Nossa falha em impedir o aumento das emissões é um ato de negligência grosseira”, declarou Susan Solomon, química do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. “O novo clima anormal que temos é extremamente perigoso, e nos movemos para um caminho que ainda tornará nosso futuro ainda pior.”

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